Padroeira
A célebre história da padroeira de Araranguá
Nossa Senhora Mãe dos Homens, padroeira de Araranguá, tem uma notável história desde a sua escolha, pelos primeiros sacerdotes, até a chegada da imagem. Ela também faz parte dos fatos ocorridos na vida dos povos da cidade em particular, e na humanidade em geral, claro. No começo, o Iate Jovita esteve com ela.
Ao romper da aurora, quando tudo se encontrava silencioso, o Iate Jovita levantava suas ancoras e velas, nas mansas correntezas das águas do infinito mar azul. Dali ele iniciava sua viagem em direção a República Juliana (Laguna-SC) no sul do Brasil. Enquanto o Jovita navegava vagarosamente.
Uma caixa grande de madeira sem dono
Ao chegar em Laguna foi feita uma descarga de 40 pipas de aguardente. Cada pipa continha 400 medidas e cada uma correspondiam a quatro garrafas. Diversas outras mercadorias também ali ficaram, pois era seu destino final, objetos diversos para casa de comércio de Laguna.
Dois dias após o Jovita reiniciava sua viagem, como há anos, navegando do Rio de Janeiro para Laguna, fazendo diversas paradas no grande percurso que abrangia seus quase 1.500 quilômetros. Este trajeto o Jovita fazia uma vez ao mês, levava 15 dias de ida e 15 de volta, se o tempo assim permitisse. Seu proprietário era um português de Laguna. Carregado de algumas mercadorias seguiu ainda mais ao sul, direção e rumo a Campinas (antigo nome de “Araranguá”).
Chegado a Campinas, fez a descarga no trapiche do Rodeio. No dia seguinte, como era de praxe, os proprietários das mercadorias as retiravam. Ficou ali uma espécie de caixão, uma caixa grande de madeira, cujo destinatário não apareceu, permanecendo ali por diversos dias no pequeno deposito do porto.
Certo dia, os comerciantes perguntavam-se: “de quem é aquela mercadoria, afinal”?
Entendendo que não tinha dono e que poderia ser um engano de descarga, o major Porfírio Lopes de Aguiar colocou o caixão em seu Iate e levou até Laguna onde entregou-o para o capitão dos Portos. Ao chegar em Laguna, todos ficaram muito curiosos e os marinheiros sob ordem do capitão abriram para ver o que tinha naquele caixão.
Quando viram que dentro do caixão havia uma linda imagem e seus anjinhos, ficaram emocionados, aquilo para eles era um grande milagre, pois nunca tiveram visto antes algo tão maravilhoso. Naquele momento o major Porfírio Lopes de Aguiar em seus 27 anos de idade, lembrou que o povo de Araranguá tinha encomendado juntamente com padres e o Sr. Bispo uma imagem.
Veio a confirmação e a certeza de todos que a Santa era para o povo de Araranguá. Os antepassados diziam, que pela primeira vez ela veio para visitar, e na segunda vez ela veio para ficar em meio a seu povo!
A recepção para a Mãe dos Homens
O barco Jovita em sua atividade normal estaria pronto para viajar para Araranguá. O capitão autorizou o transporte como destino natural da imagem, mas antes consultou o jovem major Porfírio Lopes. Agradeceu o major e pediu que apenas avisassem o povo de Araranguá quando chegassem: “em breve estará entre este povo a Mãe de todos os Homens, a nossa Padroeira, Nossa Senhora Mãe dos Homens”.
Porfírio Lopes cobriu bem aquele caixão e foi ao centro de Laguna na casa de compras. Pediu aos vendedores dois cortes de pano da melhor qualidade, um de cor branca e outro de azul e disse: “quero o melhor, pois será dele feito as vestes de nossa Padroeira, que tanto nosso povo aguardou, são 57 anos desde a anunciação. Saio ainda hoje e amanhã cedo será o grande dia”.
Quando Nossa Senhora chegava perto da pequena Vila pelo rio, várias pessoas a cavalo saiam correndo, gritando, avisando “ela está chegando”. Quando aportou o barco estavam ali dezenas de pessoas. Todos queriam vê-la.
Levaram aquela grande caixa de madeira para casa do jovem major e combinaram não abrir sem a presença do padre Júlio Carlos de Oliveira que estava um pouco distante da Vila. Foram chegando pessoas e mais pessoas, até que chegou José Antônio de Souza Fernandes e outros de maior idade.
Quando anunciada pelo Bispo em 1815, ficaram de mandar uma imagem de Nossa Senhora Mãe dos Homens, porém mandaram uma imagem de Bom Jesus da Coluna que ficou na capela de Cangicas. Em julho de 1864 quando chegou o Pe. João Matos da Cunha, organizou alguns moradores e decidiram mandar fazer uma bonita imagem de nossa Padroeira.
Sabia o jovem padre que poderia levar um bom tempo, o que não seria problema pois não tinham lugar apropriado para colocá-la. Comunicou-se com a cúria diocesana no Rio de Janeiro e autorizou a fazer e que em seguida a comunidade mandaria 1/3 do valor da encomenda. O assunto um pouco se perdeu, pois não tinham tratado de prazos, mas mesmo assim foi remetido alguns valores arrecadados.
Dentre os presentes, todos rodeavam aquela caixa que a se punha de pé. Uma travessa “tábua” pequena que fora tirada no porto, parecia soltar-se. Os olhos daqueles que já estavam lhe venerando pareciam querer arrancar de vez aquela tábua. Ao retirar apenas a pequena tábua de baixo, com jeitinho moveu aquela peça e ao verem apenas a parte dos pés da Santa e os anjinhos, alguns se puseram de joelhos. Outros mais tímidos se encostaram nas paredes, mas todos admirados. Algumas senhoras com os olhos cheios de lágrimas diziam: “Demorou mas veio, e agora pra ficar conosco. Mãe divina, Mãe dos Homens”.
Por volta das 16h chegou o Sr. Bartolomeu Antônio do Canto, já idoso com seus 71 anos de idade, este que fora um dentre os quatro que escolheu o local da sede da paróquia. Por fim chegou o padre Júlio Carlos que convidou a todos para rezarem e dar as boas vindas a Nossa Senhora Mãe dos Homens. Padre Júlio pediu a todos que retornassem para suas casas que o major precisaria descansar e a imagem permaneceria ali até o domingo quando seria levado para casa do padre até reunir a comunidade.
Enquanto dona Emilia Cascaes de Aguiar, esposa do major, arrumava uma sala para ali colocar a imagem, suas irmãs Amélia e Anna e sua sobrinha Cecília recebiam outras pessoas que queriam permanecer por ali “perto da Santa”, mesmo estando em uma grande caixa. Mais tarde chegava dona Jurumita Perez Maciel, esposa de Fernandes Maciel. Esta foi quem fez a primeira roupa e a capa de Nossa Senhora. Esta senhora foi a zeladora da primeira capela de Araranguá, onde permaneceu até sua morte.
Passaram-se alguns dias e a Santa permaneceu na casa do major Porfírio a pedido de dona Jurumita para que fosse feitas as vestes da Santa. Em um domingo a santa recebeu as vestes e foi levada até a casa em que residia o padre Júlio Carlos de Oliveira, isto em uma grande precisão. A pequena vila de Araranguá, que ainda era chamada de Campinas, não tinha sua capela para orações e com a chegada da Santa os moradores começavam a organizar-se.
Uma obra de arte entalhada em madeira nobre
A imagem de Nossa Senhora Mãe dos Homens, obra expressiva de arte sacra, estreitamente vinculada a história e a evolução de Araranguá, chegou aqui como escrito anteriormente em 1872, e teve sua talha na cidade de Salvador na Bahia. Encarnação muito bem feita e de esplendida proporcionalidade, foi ela confeccionada de um só tronco madeiriço de madeira, com altura de um metro e 60 centímetros. As figuras dos anjinhos e o menino Jesus que a adornam, foram esculturadas na mesma madeira.
Quantas e quantas perguntas em busca de respostas, que talvez desprezadas pelo passar dos anos. Não seria interessante saber quem foi o escultor desta preciosidade? Como conseguiu detalhes tão ricos? Quanto tempo levou para ficar pronta? O que é fato e notório, é que Salvador foi e continua sendo o berço dos maiores profissionais na arte de esculturas.
Depois de 32 anos é que realmente aconteceu a criação da Freguesia, mais precisamente em 04 de maio de 1848. Vejamos, em 1816 éramos uma humilde capelinha com conhecimento e bênçãos no grande Araranguá. Em 1848, ganhamos condição de maior idade e em 1864 começamos de fato a viver como freguesia, “Paróquia”. Portanto, fica a pergunta: quanto tempo levou para ficar pronta a imagem de Nossa Senhora Mãe dos Homens? Foram 8, 22 ou 54 anos. Considerando que temos as datas de 1816, 1848 e 1864, datas estas oportunas para ser feito o devido pedido da imagem para ser entregue em determinada data, que não sabe-se o certo. O que é sabido é que a imagem chegou em 1872.
É provável a data de 1864 como data em que foi pedido para fazer a maior obra de arte da igreja do grande Araranguá. Como justificar? Primeiro que a Freguesia ganhava seu primeiro padre e de forma permanente. Segundo, a comunidade estava em curso de organização e tinha pelo menos 8 pequenos núcleos comunitários que faziam parte da Freguesia. Terceiro, a Freguesia já tinha terreno para construção da capela. Quarto, o padre João de Matos Cunha anunciava que aguardavam a imagem da Santa e finalmente, era sabido que o prazo considerável para finalização da grande obra seria de no máximo 10 anos, considerando todas as dificuldades.
As providencias de encaminhamento para definição de confecção de Santos, na maioria das vezes eram ações da Diocese em concordância e acompanhamento do pároco local. Esta obra sacra, acredita-se que tenha sido definida em tamanho e outros dados pelo cabido pároco local Pe. Antônio Nunes Barreto que já estava a frente dos trabalhos em Laguna desde 1844. Os bispos Dom Manoel do Monte Rodrigues Araújo ou Dom Pedro Maria de Lacerda. Os conhecimentos dos padres João Jacinto de São Joaquim, João Luis da Silva e João de Matos Cunha, este último como primeiro pároco da Freguesia como dito anteriormente.
A nova casa da Mãe dos Homens
Após a chegada da Imagem em 1872, o Padre Júlio Carlos de Oliveira em uma pequena reunião, organizou um evento na casa em que residia, objetivando integrar o grande povo de Deus a Mãe protetora. A imagem estava guardada em um pequeno quarto da casa, mas a pedido do povo, precisava ela estar exposta, e em local adequado para as orações.
Vale lembrar que o terreno para a construção da primeira capela foi alcançado em 1856. A pequena igreja de 60 m2 não só pequena, como insegura, pois ali, além de orações, era ponto de encontro para acerto de contas, inscrições e alistamento militar, além de outras ações da esfera governamental do governo da província.
Restou ao padre Júlio conciliar a necessidade e o desejo do povo, dando início a um ciclo anual de atividades para comemoração do dia de Nossa Senhora Mãe dos Homens. Fato conclusivo: todos os anos eram escolhidas as famílias noveneiras que por 90 dias organizavam-se para encontros de oração e vigília, pois no dia 04 de maio de todos os anos seriam feitos encontros das famílias para festejar o dia da padroeira na velha e pequena capelinha da Vila.
É bem verdade que somente a partir de 1883 começaram a promover as festas e ganhando bem maior impulso e organização a partir de 1901. Neste período, compreendido entre 1872 a 1883 algumas famílias se destacam em participação, como os Lumertz, Borba, Coelho, Cunha, Machado, Praia, Matos, Emerim, Evaldt, Guimarães, Pereira entre outros. Estes vindos do lado sul, ou nas longínquas comunidades de Sertão das Torres, Passo do Sertão e Sombrio.
E assim foram quase 30 anos, até a construção da nova igreja. Com a criação do “Município”, em 1881, a igreja deu um passo a mais, seu povo viu a necessidade de organizar-se e começou então a viver pequenas comemorações na “Vila” sede da Freguesia, ou Paróquia. A figura dos festeiros apareceria somente no início de 1902 num outro momento da igreja.
A devoção à Mãe dos Homens chega ao Brasil
Nossa Senhora Mãe dos Homens é uma reverência a Mãe de Cristo. Sua origem remonta à Portugal, surgida em Lisboa. Veio para o Brasil devido à fuga de um devoto conhecido como Irmão Lourenço, haja vista a forte perseguição do Marquês de Pombal à sua família Távora.
A invocação a Maria, Mãe de Cristo, surgiu no convento de São Francisco das Chagas, no bairro de Xabregas, em Lisboa. A devoção a Nossa Senhora Mãe dos Homens chegou depois do século XVIII trazida por um personagem envolto em mistério, o Irmão Lourenço, um membro fugitivo da família Távora, perseguida cruelmente pelo Marquês de Pombal por razões políticas.
No Brasil, o Irmão Lourenço adquiriu terras na Serra do Caraça, em Minas Gerais, onde fundou o Santuário de Nossa Senhora Mãe dos Homens. Lourenço construiu também, em 1774, a primeira capela. No mesmo local, posteriormente, foi construído o Colégio do Caraça, que educou por várias décadas grande número de jovens brasileiros. Após um incêndio de grande vulto, somente a ermida de Nossa Senhora Mãe dos Homens permaneceu intacta.
As festividades de Nossa Senhora Mãe dos Homens
A celebração da festa da padroeira Nossa Senhora Mãe dos Homens era comemorada no primeiro domingo de maio de cada ano. Em 24 de abril do ano de 1910 estabelece-se definitivamente que os festejos da padroeira deveriam ser celebrados no dia 04 de maio, como comemoração perene do histórico do dia 04 de maio de 1848, quando por lei provincial foi criada a freguesia Nossa Senhora Mãe dos Homens.
Esta decisão foi tomada em reunião do conselho de fábrica, sendo o presidente o coronel João Fernandes de Souza e o pároco padre Miguel Pizzio. Houve um período de pelo menos 14 anos que a imagem da Santa não saia de dentro da igreja durante as festividades. Alguns relatos diz que o então pároco Antônio Luiz Dias temia estragos na imagem uma vez que ela já apresentava pequenos problemas.
No ano de 1935 em que foi festeiro o senhor Otavio Bertoncini e sua esposa dona Marilia Bertoncini, assumiram com o pároco Padre Antônio a responsabilidade e o compromisso de levar nossa Senhora em procissão. Com muita insistência, obtiveram com o padre a autorização e assim os festejos se estenderam pelas ruas da cidade.
Foi nesta festa que Nossa Senhora usou pela primeira vez a capa sobre os ombros, sugestão dada pelos festeiros e aceita, deixando a Santa mais elegante, bonita e de rara beleza, sugerindo também a sua autoridade como rainha e Mãe da Igreja.
Desde então, todos os anos, devotos manifestam-se em cobrir os ombros da Santa com um novo manto, uma tradição que já vive seus 78 anos. Tivemos registros de devotos que estariam aguardando há mais de 10 anos a oportunidade de dar esta contribuição, que para estes seria uma contemplação, um momento de glória.
O papel fundamental dos festeiros
Passou a ser parte da vida das pessoas católicas a convivência com a presença de nossa padroeira. A cada ano ou momento que antecede o período das festividades em honra à Mãe dos Homens, o povo se organiza. Com o passar dos anos, as comunidades paroquianas se integram, se ajudam, contribuem. Na certeza de um só sentimento: o de devoção. Estar integrado as coordenações, ao grupo de festeiros, de noveneiros ou até mesmo na mais humilde atividade é algo enaltecedor, pois vive-se a presença junto a Nossa Senhora.
É oportuno dizer, que cremos que o número de devotos cresce a cada dia, por mais que as facilidades crescem e notadamente também crescem os problemas das pessoas. É possível sentir nos olhares das pessoas quando na presença da Mãe, o mais puro sentimento da crença, do amor, da vida. É visível ver e entender que recorrem à Ela em busca de conforto, de aconselhamento, de luz e de esperança. É compreensível poder sentir isto tudo, porque somos o retrato fiel deste comportamento ou desta vida.
Por tantas razões nosso povo guarda este dia, como o dia de Nossa Senhora Mãe dos Homens. Um dia de ação de graça, um dia de glória, um dia de festejar a presença da Mãe entre nós.
Sabe-se que os festeiros são pessoas de convívio absoluto com a Igreja Católica, em especial com nossa Paróquia e Santuário. É comum entender que são escolhidas pessoas ou casais comprometidos em contribuir para com o evento, mas acima de tudo ter testemunho de vida, de oração, de convivência social e espiritual.
Nosso povo tem testemunho de participação e quando um convite é feito a resposta dificilmente não é diferente do sim. As ações são continuas no dia a dia de cada um, mas desatacam-se em períodos que antecedem ao grande dia da festa. São novenas, encontros, reuniões, organização, sempre em sintonia com os mais presentes colaboradores da igreja juntamente com o pároco e auxiliares. Momento impar certamente aos escolhidos, pois estarão bem mais próximos de nossa Mãe.
Párocos e reitores do Santuário de Nossa Senhora Mãe dos Homens
Dia 2 de setembro de 1915: Dom José Caetano da Silva Coutinho (Bispo do Rio de Janeiro) concedeu despacho favorável para a construção de uma capela dedicada a Nossa Senhora Mãe dos Homens.
Dia 11 de janeiro de 1816: a capela foi inaugurada, sendo atendida pelos padres Manuel Fernandes, Jerônimo Francisco Coelho e José Luiz (da paróquia de Laguna).
Dia 4 de maio de 1848: criação da Freguesia de Nossa Senhora Mâe dos Homens!
Dia 4 de setembro de 1848: foi designado por provisão o padre João Matos da Cunha (natural do estado do Pará).
No mês de julho de 1863: todos os livros paroquiais começaram a ser rubricados, ou autenticados, como próprios da paróquia.
Encontra-se registrado nos livros tombos da paróquia um total de 23 párocos (sem contar os vigários/auxiliares e sacerdotes missionários) que exerceram seu ministério na paróquia e santuário:
- 03 de janeiro de 1868 a 1871: Pároco padre Francisco José da Costa Souza.
- 1871 a 1875: Padre Dr. Cipriano Bounacore (italiano).
- 1876 a 1893: Padre Júlio Carlos de Oliveira (catarinense).
- 1893 a 1897: Padre Carlos Schmees (alemão).
- 1898 a 1900: Padre Francisco Chylinski (alemão).
- 1901 a 1905: Padre Ludovico Cóccolo (italiano).
- 1905 a 1906: Padre Miguel Pizzio (italiano).
- 1906 a 1907: Padre João Canonico (italiano).
- 1907 a 1910: Padre Miguel Pizzio.
- 1910 a 1911: Padre Francisco Chylinski.
- 1911 a 1914: Padre Jacinto Bertero.
- 1914 a 1939: Padre Antônio Luiz Dias.
- 1939 a 1941: Frei Júlio Mattioli (OSM).
- 1941 a 1952: Frei Tiago Coccolini (OSM).
- 1952 a 1956: Padre Santos Spricigo.
- 1955: Criação da Diocese de Tubarão
- 1956 a 1977: Cônego Paulo Hobold.
- 1977: Padre Honorino Pedro Dall Alba.
- 1977 a 1984: Padre Francisco Marini.
- 1984 a 1987: Padre Lino Brunel.
- 1988 a 1992: Padre Donato Darós.
- 1993: Padre Sérgio Geremias de Souza.
- 1994: Padre Dionísio Feltrin.
- 1995: Padre Valdemar Carminati.
- 1998: Criação da Diocese de Criciúma
- 1996 a 2011: Padre Ademar Paulo de Faveri.
- 2011 a 2015: Padre Antônio Marcos Machado Madeira.
- 2016 a 2019: Padre e reitor Alirio Leandro.
- 2019 a 2023: Padre e reitor Maxssuél Mendonça.
- 2023: Padre e reitor Jonas Emerim Velho.
2018: nasce o Santuário Diocesano Nossa Senhora Mãe dos Homens
Projeto para elevação da Igreja Matriz Nossa Senhora Mãe dos Homens à Santuário Diocesano:
Justificativa
1. A celebração dos 170 anos de Criação da paróquia Nossa Senhora Mãe dos Homens a ser celebrado em 2018;
2. A antiga e fecunda devoção mariana não só paroquial, mas de todo o Vale do Araranguá e seus arredores (cf. Cân 1230);
3. A ausência de um santuário em toda região sul da Diocese de Criciúma para a piedade dos fieis (Cân 1233);
4. O constante fluxo de fiéis, provenientes de diferentes regiões e estados da Federação à Igreja Matriz Nossa Senhora Mãe dos Homens, especialmente na festa da padroeira (cf. Cân 1233);
5. Os inúmeros testemunhos de graças alcançadas;
6. A procura constante pelos sacramentos, sobretudo da Eucaristia e da Reconciliação (cf. Cân 1234 §1);
7. A dinâmica intensa da paróquia em suas 14 comunidades, e a necessidade de uma maior disponibilidade para atender os fiéis e peregrinos devotos de Nossa Senhora Mãe dos Homens (Cân 1233).
8. O acervo votivo (arte e piedade) que está em fase de organização e catalogação (cf. Cân 1234 §2).
9. A orientação do Bispo Diocesano para a preparação dos estatutos próprios (cf. Cân 1232 §1-2).
- Pensemos também em toda a evangelização realizada nestes 169 de anos de paróquia! Quantos batizados, Primeira Comunhões, Crismas, casamentos etc.
- Registra-se também nos livros Tombos da Paróquia a ordenação sacerdotal de três filhos da terra, a saber:
07 de agosto de 1955: Frei Tarcisio Baltazar (OSM).
15 de agosto de 1961: Padre Frei Moacyir Luchi.
11 de agosto de 1963: Frei Otávio Destro (OSM).
- Em 2010 o município de Araranguá contava com um total de 61.310 habitantes. A estimativa para o ano de 2016 é de 66.442 habitantes (segundo o IBGE/12).
Objetivo
Oferecer aos fiéis meios de salvação mais abundantes, anunciando com diligência a Palavra de Deus, incentivando adequadamente a vida litúrgica, principalmente com a Eucaristia e a celebração da penitência, e cultivando as formas aprovadas de piedade popular,participando na construção de uma sociedade justa e solidária em defesa da vida, sem exclusões, a caminho do Reino definitivo.
História da Paróquia
- Em 04 de maio de 1848 a Lei Provincial no 272, criou a Freguesia de Nossa Senhora Mãe dos Homens (desmembrando-a da Freguesia de Santo Antônio dos Anjos de Laguna), tendo por limites ao sul, o Rio Mambituba, e ao norte, o rio Urussanga.
- Artigo 1º. – A Província de Araranguá fica desmembrada da Freguesia de S. Antônio dos Anjos de Laguna, para formar uma nova Freguesia sob a invocação de Nossa Senhora Mãe dos Homens, precedendo as licenças do Ordinário (1º. Livro Tombo, página 128).
- Sendo assim, a Paróquia Nossa Senhora Mãe dos Homens é a mais antiga da Diocese de Criciúma. A mesma celebra seus 170 anos de criação no ano de 2018.
- Em sua história, a paróquia já teve três templos construídos e que serviram como Igreja Matriz.
- Em 1864 tomou posse como 1º. Vigário da Paróquia o Pe. João Mattos da Cunha, que construiu a 1ª. Capela de Nossa Senhora Mãe dos Homens no local onde hoje se encontra a Praça Hercílio Luz. Lugar abençoado para tal já em 10 de agosto de 1856 pelo Pe. Antônio Nunes Barreto, vigário visitador da Comarca de Laguna.
- Em abril de 1898 iniciou-se a construção da nova Igreja Matriz e no dia 01 de janeiro de 1902 foi inaugurada e recebeu a bênção solene. Era vigário na época o Pe. Ludovico Coccolo.
- A terceira e atual Igreja Matriz começou a ser construída no dia 09 de junho de 1954 quando era pároco o Pe. Santos Spricigo. A mesma recebeu o Santíssimo Sacramento como momento histórico de inauguração no dia 18 de agosto de 1957, quando a paróquia celebrava a festa do Sagrado Coração de Jesus (2º. Livro Tombo, ano 1957). O pároco era o Pe. Paulo Hobolt.
- Encontra-se registrado nos livros Tombos da paróquia um total de 23 párocos (sem contar os vigários/auxiliares e sacerdotes missionários) que exerceram seu ministério na Paróquia.
A devoção
- Sua origem remonta à Portugal, surgida em Lisboa. A invocação a Maria, Mãe de Cristo, surgiu no convento de São Francisco das Chagas, Lisboa.
- A devoção a Nossa Senhora Mãe dos Homens chegou ao Brasil depois do século XVIII devido à fuga de um devoto conhecido como Irmão Lourenço, haja vista a forte perseguição do Marquês de Pombal à sua família.
- No Brasil, o Irmão Lourenço adquiriu terras na Serra do Caraça, em Minas Gerais, onde fundou o Santuário de Nossa Senhora Mãe dos Homens.
A imagem
- A imagem de Nossa Senhora Mãe dos Homens, padroeira de Araranguá tem uma notável história. Em 1815 o Bispo de Rio de Janeiro anunciou que iria mandar uma imagem de Nossa Senhora Mãe dos homens. A mesma chegaria apenas em 1872, sendo vigário o Pe. Júlio Carlos de Oliveira. Uma notável obra de arte sacra, estreitamente vinculada a história e a devoção de Araranguá. Teve sua talha na cidade de Salvador na Bahia. Foi confeccionada de um só tronco de madeira, com altura de um metro e sessenta centímetros. As figuras dos anjinhos e do Menino Jesus que a adornam, foram esculturadas na mesma madeira.
A festa e a sua procissão
- A celebração da festa da padroeira Nossa Senhora Mãe dos Homens em Araranguá era comemorada no primeiro domingo de maio de cada ano. Em 24 de abril do ano de 1910 ficou definido que os festejos da padroeira deveriam ser celebrados no dia 04 de maio, como comemoração perene do histórico dia 04 de maio de 1848, quando por lei provincial foi criada a freguesia Nossa Senhora Mãe dos Homens.
- A procissão com a imagem ocorre todos os anos no dia 04 de maio pelas ruas da cidade. Neste último ano a estimativa foi de 15 mil pessoas que acompanharam a procissão.
Os costumes
- Hoje temos uma linda tradição que é a LIMPEZA DA IMAGEM DA SANTA feita uma vez por ano e que é feita somente por algumas mulheres. Durante as festividades é dada a bênção do NOVO VESTIDO e do NOVO MANTO.
- Todo ano é feita a COROAÇÃO DA IMAGEM de Nossa Senhora na véspera da festa.
- Outro costume é a escolha de festeiros e noveneiros para organizarem a festa. Neste ano de 2016 foram mais 700 pessoas (festeiros e noveneiros) que se dedicaram a organização da festa.
Organização Pastoral da Paróquia em 2017 (antes da elevação à Santuário)
- Atualmente a paróquia é formada por 14 comunidades organizadas com o seu Conselho de Pastoral da Comunidade (CPC) e com Conselho de Pastoral Paroquial (CPP) bem constituído. A paróquia conta com um total de 23 serviços de pastorais e movimentos que dinamizam toda a evangelização nas comunidades.
- Além das comunidades, a paróquia atende semanalmente a Casa Madre Regina, o Lar São Vicente (lar de idosos), o Hospital Regional de Araranguá e uma vez por mês a Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL).
- Nossa evangelização tem ainda a grande contribuição da Congregação dos Padres Josefinos de Murialdo que residem no Colégio Murialdo e também das Irmãs de Santa Catarina com o trabalho desenvolvido na Casa da Criança e do Adolescente - Madre Regina.
Solicitamos que, pelos motivos aqui apresentado e consultado o povo através do abaixo assinado, seja elevado a SANTUÁRIO DIOCESANO NOSSA SENHORA MÃE DOS HOMENS para maior Glória de Deus e santificação dos homens e mulheres (cf. PO 1146), a comunidade Nossa Senhora Mãe dos Homens, também Igreja Paroquial (cf. Cân 515 §1-2) localizada à Praça Hercílio Luz, 286, Centro, Araranguá/SC. Para tal, sugerimos ainda, em tempo oportuno, após um estudo aprofundado e havendo necessidade que seja elevada uma de nossas comunidades a Sede Paroquial.
A todos os devotos de Nossa Senhora Mãe dos Homens através dos séculos, o nosso muito obrigado por fazer parte de nossa história!